tu , pai? não me parece

nunca recebi um abraço sincero do meu pai. nunca o ouvi a dizer uma palavra que me trouxesse ânimo e conforto. nunca o ouvi dizer que estava orgulhoso de mim. nunca pensa duas vezes antes de dizer 'não'.

sabem o que é chegar a casa e começar logo a ouvir gritos? sim, diz-me que sou uma merda, que não sei nada da vida, que não valho nada. acho que a culpa de eu às vezes não confiar em mim, e ser mais tímida é toda dele!

ele humilha-me sempre.

já me magoou muito, tanto física como psicologicamente. deve ser por isso que nem lhe chamo de pai. 

e quando estamos a discutir, ele goza, começa a dizer 'pensa que é a maior, a mais inteligente, sabe tudo ahahah'

há momentos que só me apetece sair de casa e não voltar mais. ontem à noite saí, sem ninguém se perceber, e fui para o lugar ao qual eu chamo 'refúgio'. ouvi música, chorei (...)

os meus amigos é que me fazer ficar de novo bem, só eles. e ele agora quer-me tirar os únicos meios que eu tenho para comunicar com eles? - o telemóvel e o computador. até percebo o PC, mas o telé não!

ele não tem o direito de fazer isso. o telemóvel é outro refúgio meu. quando estou mal, telemóvel! é por meio dele que recebo mensagens que me põem feliz o dia todo. é com ele que encontro os meus amigos na escola ou em outros sítios. é com ele que ajudo os meus amigos quando eles estão mal. não posso nem consigo ficar sem ele!

e se ele me tirar o meu, vou arranjar outro às escondidas. ele sabe que eu consigo sempre o que quero. saí a ele, teimosa como tudo. vai ser preciso mentiras e mais mentiras, e de quem é a culpa? é toda dele.

"é por isso que não te chamo de 'pai', mas sim pelo nome."